quinta-feira, 17 de março de 2016

Como a tecnologia empodera os alunos (segundo eles mesmos)



Olá, professor!
Acredito que um dos maiores prazeres no trabalho com Educação está em ver o resultado dos nossos esforços: alunos entendendo o conteúdo, vendo significado no que aprendem, estabelecendo objetivos sólidos e avançando em sua vida acadêmica. Eu tenho observado que a tecnologia, se bem utilizada pelos docentes, pode favorecer muito esse processo. Concorda comigo? Mas de que forma isso ocorre?
Eu acredito que a tecnologia dá mais poder ao professor e ao aluno. Fornece dados, cria novas possibilidades e resolve rapidamente atividades burocráticas. Os estudantes passam a ter mais autonomia, deixando de ser receptores passivos de informações para serem protagonistas do próprio aprendizado. Isso porque a tecnologia é capaz de fazer com que o aluno conheça melhor seus pontos fortes e fracos, e tenha insumos para aprender de forma mais eficiente, onde e quando quiser.
O que dizem os estudantes
Mas vou deixar que os próprios estudantes falem. Compartilho com você alguns dos relatos que recebemos de usuários do Geekie Games que estudaram em escolas públicas.
A escola tem um papel fundamental na inclusão social do aluno e em apontar as possibilidades e o caminho a ser seguido. Mas muitas vezes estudar somente no ambiente escolar não é suficiente, precisamos de um reforço extra. Ter autonomia para buscar seus sonhos é o que torna você diferente da maioria”.
Essa fala é de Francisco Sebastião de Sousa, de 19 anos, que terminou o Ensino Médio em 2015 e passou no curso de Sistema de Informação da Universidade Federal do Piauí. É interessante notar a maturidade de sua opinião sobre a importância do papel da escola. Abaixo, veja depoimento de Renan Lorenzon Rigotti, 17 anos, de Cuiabá (MT), aprovado no curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso:
“Ao voltar da escola, eu estudava pela internet e revisava os conteúdos diários. Resolvi muitas das dúvidas que tinha, principalmente em Física e Matemática. É fundamental revisar os conteúdos que você sente dificuldades quantas vezes for necessário”.  
Muitos alunos comentam sobre a dificuldade em administrar o tempo. Não é fácil estudar todo o conteúdo para o vestibular, realizar tarefas regulares da escola e ainda dar conta de outras atividades. O diagnóstico e a criação de um plano de estudos é algo importante para ajudá-los a ganhar tempo.
“Eu me preparei para o vestibular usando o Geekie Games, por livros, materiais que comprei, resolvendo questões, lendo muito e escrevendo redações todos os dias. A tecnologia abriu minha mente ao tornar os estudos mais divertidos. Isso me fez estudar mais e mais, e gostar daquilo que estudava”. Essa foi a contribuição de Elder Henrique de Pádua Santana, 16 anos, de João Pessoa (PB), que passou no curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Paraíba. Seu relato chama atenção para outro aspecto valioso da tecnologia: sua capacidade de tornar um conteúdo atraente.
E você, já utilizou alguma ferramenta tecnológica na sala de aula? Qual tem sido o resultado? 
FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/blogs/tecnologia-educacao/2016/02/16/como-a-tecnologia-empodera-os-alunos-segundo-eles-mesmos/


terça-feira, 15 de março de 2016

Termina período de contribuições à Base Nacional Comum


A consulta pública sobre a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), documento que servirá como base para a construção do currículo de cada rede de ensino do País, termina hoje (15). Nos seis meses em que ficou aberto para contribuições o Portal da Base recebeu cerca de 11 milhões de sugestões e críticas, feitas por quase 300 mil usuários cadastrados.

A Universidade de Brasília (UnB) é a responsável pela sistematização das contribuições feitas desde setembro de 2015. O site esteve aberto à participação de qualquer pessoa, escola ou organização. Todas as colaborações estão publicadas no portal e têm acesso livre.

Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa, decana da UnB, coordena o grupo responsável pela sistematização das contribuições e afirma que “a missão da universidade é garantir que toda e qualquer sugestão seja avaliada, considerada e computada”. O processo já está em andamento desde meados de dezembro do ano passado, quando foi feita uma primeira avaliação dos dados já postados até aquele período.

Os relatórios de sistematização produzidos pela UnB vão conter todas as estatísticas de colaboração e uma categorização das sugestões. O resultado será enviado aos 116 especialistas que redigiram a versão preliminar do documento. “Eles vão analisar no contexto do ano, da série, da sequência de objetos o que significa cada dado”, explica.

Para computar e analisar esse grande volume de sugestões, a UnB conta com equipe de 40 pessoas. Thérèse assegura: “todas as colaborações cadastradas no portal serão consideradas”.
A análise qualitativa, também realizada pela universidade, vai categorizar cada um dos comentários. Segundo a professora, para a realizar esse procedimento, computadores auxiliam na organização das informações, “mas quem lê as frases e seleciona a categoria são pessoas”.

Análise 
As contribuições por meio do portal da Base puderam ser realizadas para cada objetivo de aprendizagem e também para os textos introdutórios de cada área. O usuário cadastrado teve a opção de concordar ou não com o que estivesse proposto e, caso discordasse, havia a possiblidade de apresentar, por escrito, um novo texto.

Se o leitor se opôs ao enunciado e apresentou uma proposta de modificação, o comentário será classificado numa das categorias de análise. “Caso a pessoa escreva: ‘eu acho que esse objetivo que está no primeiro ano deveria ir para o terceiro ano do Ensino Fundamental’, esse comentário recebe a classificação de 'sugestão de mudança de etapa da base’”, explica.
Essa categorização contempla todas as alterações possíveis no texto preliminar. “Se a proposta está certa ou errada, não questionamos, isso faz parte da atuação dos especialistas, visto que quem está categorizando as contribuições não é especificamente das áreas”, ressalta. Após a classificação, um grupo de professores faz a validação desse trabalho, como se fosse uma auditoria.

Para Thérèse, é um privilégio a UnB colaborar com o processo. “É uma maneira inédita de você ter uma contribuição popular, nacional e qualificada”, afirma. A professora também sustenta a importância de a construção da BNCC ser transparente. “Temos o dever de mostrar todo o percurso, isso faz parte da seriedade do trabalho que vai dar base para os estados e municípios construírem os seus currículos escolares”.

Próximos passos
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), com a final da consulta pública, os dados e relatórios feitos a partir das contribuições, bem como os pareceres dos leitores críticos convidados pelo MEC, serão enviados aos 116 especialistas para que eles escrevem uma segunda versão do texto. Essa versão será debatida em encontros regionais em todos os estados da União e no Distrito Federal, permitindo que todas as secretarias da Educação municipais e estaduais façam suas críticas.

Após esse processo, haverá uma terceira atualização do documento – levando em conta o que foi acrescentado pelas reuniões estaduais. Essa versão será encaminhada, em junho, para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Conforme informações do MEC, nessa etapa será analisado se o texto está de acordo com a Lei de Diretrizes Básicas, com a Constituição e se a base irá contribuir para a melhoria da Educação brasileira. A tramitação no CNE não tem prazo determinado. É possível que o conselho realiza novas audiências com especialistas, para chegar a uma análise definitiva.

http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/37373/termina-periodo-de-contribuicoes-a-base-nacional-comum/