quinta-feira, 25 de abril de 2013

Políticas públicas educacionais no Brasil ignoram crianças com transtornos do déficit de atenção e com transtornos de aprendizagem



Os recentes resultados de estudantes do Brasil nas avaliações do desempenho em Português e Matemática causam sérias preocupações de especialistas de diversas áreas. Essa defasagem entre o desempenho esperado para a idade e escolaridade, e o desempenho observado tem origem em questões pedagógicas, socioculturais, ambientais entre outras. Considerar todos estes fatores é sem dúvida, necessário para que ocorra uma mudança significativa neste quadro da Educação brasileira. Investir na formação de professores, melhorar as condições de trabalho e de remuneração dos educadores, bem como adotar práticas educacionais baseadas em evidências científicas são algumas das prioridades.

No entanto, ainda há um contingente de crianças e jovens que mesmo se estas condições educacionais fossem ideais, ainda assim, teriam dificuldades para acompanhar o processo de aprendizagem. Esse grupo de crianças corresponde de 4 a 6% da população escolar, meninos e meninas que têm Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e/ou Transtornos Específicos de Aprendizagem (TEA). Os sinais destes transtornos são identificados na escola, mas não são restritos ao ambiente escolar. Essas crianças têm dificuldades nas funções cognitivas de atenção e memória, em alguns aspectos do desenvolvimento da linguagem, social e até emocional, e é na escola que estas dificuldades se tornam um problema maior.

A pesquisa científica no mundo inteiro, inclusive no Brasil demonstra sem ambiguidades que quanto mais cedo estes transtornos forem identificados por profissionais da saúde, melhor será o processo educacional, já que o professor que reconhece esta criança poderá usar recursos pedagógicos adequados para garantir o acesso às informações e conteúdo escolar (Elliot et al. 2007).

Desde a Declaração de Salamanca, em 1994, o Brasil tem avançado muito em suas Políticas de Educacionais na perspectiva da educação inclusiva, estabelecendo diretrizes e critérios para o acompanhamento de crianças com necessidades especiais, no ensino regular e complementação no Atendimento Educacional Especializado (Brasil, MEC, Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2007). A política atual destaca o apoio aos escolares com deficiências física, auditiva, visual, intelectual, transtorno global do desenvolvimento (distúrbio do espectro do autismo) e altas habilidades/superdotação (Brasil, MEC, CNE, Resolução CNE/CEB 4/2009). No entanto, o grupo de crianças com TDAH e/ou TEA não está contemplado nesta resolução que especifica o público alvo do Atendimento Educacional Especializado.

No mundo, há legislação específica para apoio educacional e garantia de diagnóstico por equipes multidisciplinares em mais de 150 países. Como exemplo, destaco as legislações no Reino Unido e Estados Unidos da America que enfatizam a importância da identificação precoce destes casos para intervir o mais rapidamente possível (Reino Unido, Special Educational Needs Code of Practice. 2001; Estados Unidos da America, The Individuals with Disabilities Education Act, IDEA, 2004).

Em 2010, o então Senador Gerson Camata apresentou um projeto de lei que dispõe sobre a necessidade do poder público garantir o diagnóstico e o apoio educacional das crianças e jovens com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Dislexia, um dos Transtornos Específicos de Aprendizagem. O projeto visa corrigir esta lacuna no Brasil, já que a ausência de reconhecimento da dislexia e do TDAH nas políticas educacionais, dificulta que uma família consiga apoio na escola, e que tenha acesso aos recursos didáticos adequados para melhorar a vida escolar de seu filho. A falta de diretrizes explícitas também faz com que muitos professores rotulem crianças sem o devido encaminhamento aos profissionais de saúde que devem fazer o diagnóstico correto. Há ainda aqueles professores que encaminham estas crianças para as salas do AEE, o que não está previsto pela resolução do Conselho Nacional de Educação.

Essas são as razões para que parte essencial deste projeto em relação à Educação seja a proposta de que os sistemas de ensino devem garantir a formação aos educadores. Professores da educação básica deverão ter amplo acesso à informação, tanto para que possam identificar precocemente os sinais indicativos da presença de transtornos de aprendizagem ou do TDAH, bem como para que possam desenvolver estratégias para o apoio educacional escolar desses educandos. Vale ressaltar que alguns profissionais devem auxiliar os professores no estabelecimento de projetos para o acompanhamento para estas crianças, como o psicólogo e/ou o fonoaudiólogo educacional.

Já em relação á área da Saúde, o projeto de lei recomenda um programa de formação continuada para melhorar a qualidade de precisão dos diagnósticos realizados nos equipamentos de saúde e garantir o acesso ao atendimento especializado por equipe multidisciplinar. Destacam-se nesta equipe os neuropsicólogos e fonoaudiólogos clínicos.

O projeto já tramitou no Senado e foi aprovado em todas as comissões em que passou (Seguridade Social e Família; Educação e Cultura; Finanças e Tributação; e Constituição, Justiça e Cidadania). No momento (dezembro 2012), o PL encontra-se na Câmara dos Deputados e já foi aprovado na  Comissão de Seguridade Social e Família. Na Comissão de Educação, o projeto de Lei 7081/2010, teve como relatora a Dep. Mara Gabrilli, e recebeu voto favorável, com apresentação de um novo substitutivo que especifica melhor as atribuições de cada setor, Educação e Saúde, para lograr o acompanhamento integral destas crianças e jovens. Ainda faltam duas comissões para a aprovação final, a Comissão de Finanças e Tributação e Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O Projeto de Lei 7081/2010 clama pelo estabelecimento de políticas públicas que reconheçam as crianças com TDAH e transtornos de aprendizagem como população que precisa de apoio pedagógico em sala de aula. Caso seja aprovado caberá ao Poder executivo regulamentar esta lei, estabelecendo as suas diretrizes e inserindo estas ações em programas intersetoriais de Saúde e Educação.

Com esta aprovação, o Brasil estaria corrigindo um equívoco e com isso melhorando as condições de sucesso de aprendizagem para este grupo de crianças que estão à margem deste processo. Infelizmente, ainda não é o bastante para sanar todas as dificuldades que o sistema educacional enfrenta, mas sem dúvida já representará um grande avanço e pelo menos esta parcela da população escolar terá condições mais justas de conseguir o sucesso no processo de aprendizagem.

Profa. Dra. Ana Luiza Navas

Professora Adjunta, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP
Membro Conselho Científico da Associação Brasileira do Déficit de Atenção

domingo, 24 de março de 2013

Discussão sobre o Racismo





O vídeo  VISTA A MINHA PELE, trata-se de curta-metragem que "usa a paródia para discutir racismo e preconceito", conforme apresentação no You Tube: "Nesta história, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra. Os países ricos são da África. Maria é uma menina branca, pobre, que estuda em um colégio particular graças a uma bolsa de estudo, já que a mãe é faxineira na escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, com exceção de sua amiga, que é filha de um diplomata, que morou em países pobres e tem outra visão da sociedade. Com todas as adversidades, Maria quer ser 'Miss Festa Junina' da escola. Conta com a ajuda da amiga Luana e as duas vão se envolver em uma série de aventuras para alcançar seus objetivos."

Uma história simples e criativa para discutir, através da paródia, situações do cotidiano. Nada como "vestir a pele do outro" para sentir-se no seu lugar. Fica aqui registrado como apoio pedagógico para as Turmas do 2º Ano (200 e 201) – Ensino Médio - Turno: Vespertino - C.E Dr. Tarquínio Lopes Filho – CETALF. E não esqueçam o que trabalhado em sala de aula: Para R. Barbaud, a "diversidade cultural pode então ser tomada como um componente natural da biodiversidade, como o resultado final de nossa própria evolução. Ela tem, por este ponto de vista, a mesma função da biodiversidade para as outras espécies". A diversidade humana é portanto genética, com suas conseqüências fenotípicas, mas também culturais. E faz-se importante distinguir bem os dois domínios para não recriar, mesmo involuntariamente, os discursos racistas e não científicos. Em Le racisme expliqué à ma fille Tahar Ben Jelloun escreveu:
...A palavra "raça" não tem base científica. Ela foi usada para exagerar os efeitos das diferenças aparentes, ou seja, físicas. Não se pode basear nas diferenças físicas - a cor da pele, o tamanho, os traços do rosto -- para dividir a humanidade de maneira hierárquica, ou seja, considerando que existem homens superiores em relação a outros homens, que seriam postos em uma classe inferior.”

Profª Aneri Tavares.
      Sociologia

KARL MARX



C.E  DR. TARQUÍNIO LOPES FILHO – CETALF
Profª  Aneri Tavares
Disciplina: SOCIOLOGIA / 3º Ano-Ensino Médio
KARL MARX

"A história de toda a sociedade até hoje tem sido a história das lutas de classe." (Karl Marx)

KARL MARX (1818 -1883): filósofo, cientista social e revolucionário alemão.
ü  Contribuiu para o desenvolvimento da Sociologia ao analisar e criticar a organização social, política, econômica, jurídica, ideológica e cultural da sociedade capitalista.
Marx desenvolveu a teoria do  MATERIALISMO   HISTÓRICO.
De acordo com essa teoria Marx afirma que:
a) Podemos conhecer a sociedade concreta a partir das relações das pessoas no processo produtivo de bens materiais e,
b) Buscando compreender o estágio de desenvolvimento que se encontram as forças produtivas.

 As relações sociais de produção podem ser entendidas como a organização e interação das pessoas  e das classes na sociedade, tendo em vista a produção material e a reprodução social, a manutenção e a ampliação das relações socio-político-econômicas.

As forças produtivas são a terra, trabalho, capital e tecnologia: elementos essenciais à produção capitalista.

MARX AFIRMA QUE:
“ O MODO DE PRODUÇÃO DA VIDA MATERIAL (base econômica da produção de bens materiais) CONDICIONA O DESENVOLVIMENTO DA VIDA SOCIAL, POLÍTICA E INTELECTUAL EM GERAL (superestrutura da sociedade).”

Marx era economista e isso nos ajuda e entender a sua teoria, segundo a qual...
...a base da organização da sociedade é econômica, e a partir dessa organização surgem as outras estruturas da sociedade (instâncias políticas, jurídicas e ideológicas).

Ao estudar o Capitalismo Marx afirmava que a
jornada do trabalhador era composta da seguinte forma:
à Trabalho necessário = remunerado com o salário do trabalhador
à Trabalho excedente = mais valia , ou seja, o trabalho não pago e apropriado pelo capitalista, decorrente da exploração do trabalhador
(trabalho morto).
É da mais valia que é retirado o capital para a compra e reposição de máquinas, para aquisição de matéria prima e o lucro do capitalista.

Com esse raciocínio Marx torna-se um crítico do Capitalismo e da sociedade burguesa, por ser um
sistema e uma sociedade que exploram o proletariado de forma desumana em busca de lucro e tomada de poder.

Juntamente com Engels redigiu o famoso
MANIFESTO COMUNISTA.
Nessa obra eles convocam os(as) trabalhadores (as) do mundo inteiro a se unirem para derrubar a sociedade capitalista e iniciarem a implantação de uma sociedade socialista de transição para a sociedade comunista:sociedade sem classes sociais antagônicas, sem exploração do homem pelo homem.

Outra obra de grande importância escrita por Marx  foi O CAPITAL, sua principal obra econômica, em que realizou a mais profunda análise crítica do processo global de produção capitalista.

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever  cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência que terão que ser  nacionalizados pelo Estado". (Karl Marx, Das Kapital, 1867)

(Qualquer semelhança com a crise mundial por que passamos não é mera coincidência; o aviso foi dado já faz mais de um século).

Entendendo melhor as ideias de Marx:
Ø  Para ele a história da humanidade é a luta de classes;
Ø  No Manifesto Comunista convocou o proletariado para a luta pelo socialismo;
Ø  1848à eclodiram os movimentos revolucionários em vários países europeus;
Ø  1864àfundou a Associação dos trabalhadores: objetivo de conquistar o poder pelo proletariado;
Ø  Sua doutrina pregava a derrubada da classe dominante (a burguesia) por meio de uma revolução do proletariado e a criação de uma sociedade sem classes, na qual os meios de produção passassem a ser propriedade de toda a coletividade.




sábado, 23 de fevereiro de 2013



Estamos iniciando ano letivo de 2013 e quero desejar aqui, à todos que fazem parte da família CETALF, muita dedicação, entrosamento, companheirismo, comprometimento e respeito. Queremos fortalecer e transformar para melhor a vida dos nossos jovens educandos, na busca por suas conquistas profissionais. E nesta caminhada nossa perspectiva é melhorar os indicadores e trabalhar em busca de um padrão de qualidade para nossa Escola. Pois o sucesso dos nossos alunos é também o nosso sucesso, enquanto educadores. 

“O destino não é frequentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos” 

FILHOS BRILHANTES, ALUNOS FASCINANTES

Augusto Cury

Podem contar conosco!

Professora: Aneri Tavares (SOCIOLOGIA)

                 ESTADO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – MA.
CENTRO DE ENSINO Dr. TARQUÍNIO LOPES FILHO- CETALF

São José de Ribamar, 19 de Fevereiro de 2013


sábado, 9 de fevereiro de 2013

URGÊNCIA


Há urgência de adultos capazes
de educar as crianças.
Há urgência de crianças capazes
de educar os adultos.
Há abundância de religiões
e carência de pessoas bondosas.
Os vendilhões do templo
estão agindo impunemente
e vão ficando ricos, muito ricos!
Os vis vendilhões do templo
prometem enriquecer e curar
em nome de Jesus, desde que haja
depósito do abençoado dízimo.

Há urgência de pessoas honestas,
de políticos honestos há urgência.
Há urgência de estudiosos,
de conhecimento há urgência.
Há urgência de justiça, de saúde,
segurança, educação, fraternidade
e de elevação moral há urgência.
Há urgência de compromisso, de paz,
de respeito, de vontade, de luz
e de amor à leitura há urgência.
Há urgência de participação, de garra,
de gentileza, de sonhos, de silêncio,
e de inteligência há urgência.

Há urgência de juízes justos.
Há urgência de professores capazes.
Há urgência de imprensa isenta.
Há urgência de governantes probos.
Há urgência de eleitores íntegros.
Há urgência de parlamentares honrados.
Do Senado brasileiro não há urgência!
Há urgência de escolas públicas.
É urgente educação dirigida por educadores!
Há urgência da extinção das mordomias
do tão caro Congresso Nacional!
Há urgência de reforma política.
Há urgência de reforma judiciária.
Há urgência de reforma agrária.
Há urgência de reforma tributária.
Há urgência de valorização do professor
antes que nosso país se transforme
num antro de analfabetos funcionais.

(Professor Candido)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013



ALIENAÇÃO

Há lindas estrelas no céu.
Há lindos pássaros voando.
Há flores lindas no jardim.
Há crepúsculos matutinos lindos,
lindos crepúsculos vespertinos.
Há alegria nos rostos infantis.
Há intensa luz no final do túnel.
Mas só para quem sabe ver.
E para ver tem que crescer.
E o crescimento só se realiza
se houver educação do ser.
Mas a educação está em crise.
Será que a educação está em crise?

Huberto Rohden esclarece
que da educação não há crise
porque não pode haver crise
daquilo que nunca existiu.
Educação para aqueles
que vêm governando este mundo
tem um único objetivo:
preparar para o trabalho,
para as faculdades, para o domínio.
Para a busca do saber a fim de fazer valer
direitos de quem tem poder.
A educação que conduz
à evolução moral e intelectual
não pode ser ministrada
se o alvo é a exclusão.

O projeto dos governos
que impede educação e promove exclusão
só pode ser bem sucedido
pelos frios economistas.
Economistas entendem de números.
Da evolução das pessoas
somente educadores entendem.
Escolas sem pedagogos, sem médicos,
sem assistentes sociais, com professores mal pagos
não são escolas, são fábricas
de analfabetos funcionais.

Visando a manutenção de interesses
das vis classes dominantes
a educação tem que ser
instrumento de alienação.
O ministro da educação
tem que ser economista.
O secretário da educação
tem que ser economista.
E a meta a ser atingida
protegida por polícia!



Prof. Candido da Silva

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


Aulas enlatadas: para onde caminha a política educacional brasileira?
Há décadas o mundo curvou-se ao prêt-à-porter, ao fast-food, à intensidade consumista e assim foi se acostumando com a rapidez com que o tudo pronto, o nem sempre necessário, o efêmero se impõem à nossa vida*.
Enlatam-se frutas, sopas, carnes e tudo que couber em belas embalagens que, com a força de uma boa campanha publicitária, virarão dólares, mesmo com gosto pasteurizado ou sem sabor.
Aulas não se podem enlatar. Ou podem? O Ministério da Educação anunciou nos últimos dias que comprará aulas semi-prontas, industrializadas, uma espécie de modelo tamanho único para ‘auxiliar’ pedagogicamente os professores. (Dilma convida professor norte-americano Salman Khan para parceria em projeto na educação básica, agência Brasil, 16/01/2013 – 19h10).

As aulas do professor Khan foram muito bem compostas por sua finalidade inicial: auxiliar sua prima, que morava distante, a compreender matemática. Ambos dialogavam  pela internet e assim, neste processo de mediação, permeado pelo conhecimento recíproco e pela afetividade, foram compondo aprendizagens. Afinal, Khan deveria conhecer a sua prima para ensiná-la. Como afirma Snyders: para ensinar latim a João é preciso conhecer latim e conhecer João.

A aula é uma prática social realizada numa condição historicamente situada, que envolve uma dinâmica de contextualizações e atualizações, que não se faz numa única direção de injetar conteúdos prontos; a aula se faz a partir de mediações e atribuição de sentidos e significados entre estudantes e professores.
A aula não pode estar pronta antes do encontro professor-estudante, portanto, não pode vir enlatada. Transmitir conteúdo não representa dar aula. A aula é o meio utilizado pela escola para a formação de pessoas, é o momento em que, para aprender, é necessário que o estudante incorpore o conteúdo a seu nível de significado e a função do professor é de identificar diferenciados processos de compreensão, dúvidas, hipóteses dos estudantes, saberes envolvidos no ciclo ensinar/apreender, colaborando para as possibilidades de articulações com outras aprendizagens. O professor começa a construir a aula com o aluno antes de encontrá-lo, mesmo na modalidade a distância.
Sabemos qual a equação para a melhoria da qualidade da educação brasileira: boa formação de professores, condições dignas de trabalho, adequado ambiente escolar e capacidade de gestão democrática das equipes dirigentes.
Medidas como essa em questão contrariam a luta histórica de educadores contra a importação de modelos educacionais e a favor de uma política educacional brasileira, comprometida com as nossas necessidades e possibilidades.
Felizmente o professor Khan recusou o convite. No entanto, assusta-nos que nossas lideranças não tenham considerado questões fundamentais, pontuadas pelo convidado.
Esse convidado apoiado em seu bom senso recusou o convite. Outros não recusarão. Alertemo-nos: a recusa não significa que Dilma mudou de ideia. Assim permanece nossa tensão sobre a próxima fórmula mágica que se buscará para equivocar nossa educação!
Quando parece que estamos avançando no campo da Educação retrocedemos com escolhas tão contraditórias. É frustrante! Fica a pergunta: para onde está caminhando a política educacional brasileira?

*As autoras Maria Amélia Santoro Franco (Unisantos), Marineide Gomes (Unifesp/EFLCH), Cristina Pedroso (USP/FFCLRP) e Valéria Belletatti (Instituto Federal de São Paulo) são doutoras em Educação e integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Formação do Educador (GEPEFE-FE) da USP.