A consulta pública sobre a
Base Nacional Curricular Comum (BNCC), documento que servirá como base para a
construção do currículo de cada rede de ensino do País, termina hoje (15). Nos
seis meses em que ficou aberto para contribuições o Portal da
Base recebeu cerca de 11 milhões de sugestões e críticas,
feitas por quase 300 mil usuários cadastrados.
A Universidade de Brasília
(UnB) é a responsável pela sistematização das contribuições feitas desde
setembro de 2015. O site esteve aberto à participação de qualquer pessoa,
escola ou organização. Todas as colaborações estão publicadas no portal e têm
acesso livre.
Thérèse Hofmann Gatti
Rodrigues da Costa, decana da UnB, coordena o grupo responsável pela
sistematização das contribuições e afirma que “a missão da universidade é
garantir que toda e qualquer sugestão seja avaliada, considerada e computada”.
O processo já está em andamento desde meados de dezembro do ano passado, quando
foi feita uma primeira avaliação dos dados já postados até aquele período.
Os relatórios de sistematização produzidos pela UnB vão conter todas as estatísticas de colaboração e uma categorização das sugestões. O resultado será enviado aos 116 especialistas que redigiram a versão preliminar do documento. “Eles vão analisar no contexto do ano, da série, da sequência de objetos o que significa cada dado”, explica.
Os relatórios de sistematização produzidos pela UnB vão conter todas as estatísticas de colaboração e uma categorização das sugestões. O resultado será enviado aos 116 especialistas que redigiram a versão preliminar do documento. “Eles vão analisar no contexto do ano, da série, da sequência de objetos o que significa cada dado”, explica.
Para computar e analisar
esse grande volume de sugestões, a UnB conta com equipe de 40 pessoas. Thérèse
assegura: “todas as colaborações cadastradas no portal serão consideradas”.
A análise qualitativa,
também realizada pela universidade, vai categorizar cada um dos comentários.
Segundo a professora, para a realizar esse procedimento, computadores auxiliam
na organização das informações, “mas quem lê as frases e seleciona a categoria
são pessoas”.
Análise
As contribuições por meio do portal da Base puderam ser realizadas para cada objetivo de aprendizagem e também para os textos introdutórios de cada área. O usuário cadastrado teve a opção de concordar ou não com o que estivesse proposto e, caso discordasse, havia a possiblidade de apresentar, por escrito, um novo texto.
As contribuições por meio do portal da Base puderam ser realizadas para cada objetivo de aprendizagem e também para os textos introdutórios de cada área. O usuário cadastrado teve a opção de concordar ou não com o que estivesse proposto e, caso discordasse, havia a possiblidade de apresentar, por escrito, um novo texto.
Se o leitor se opôs ao
enunciado e apresentou uma proposta de modificação, o comentário será classificado
numa das categorias de análise. “Caso a pessoa escreva: ‘eu acho que esse
objetivo que está no primeiro ano deveria ir para o terceiro ano do Ensino
Fundamental’, esse comentário recebe a classificação de 'sugestão de mudança de
etapa da base’”, explica.
Essa categorização
contempla todas as alterações possíveis no texto preliminar. “Se a proposta
está certa ou errada, não questionamos, isso faz parte da atuação dos
especialistas, visto que quem está categorizando as contribuições não é
especificamente das áreas”, ressalta. Após a classificação, um grupo de
professores faz a validação desse trabalho, como se fosse uma auditoria.
Para Thérèse, é um
privilégio a UnB colaborar com o processo. “É uma maneira inédita de você ter
uma contribuição popular, nacional e qualificada”, afirma. A professora também
sustenta a importância de a construção da BNCC ser transparente. “Temos o dever
de mostrar todo o percurso, isso faz parte da seriedade do trabalho que vai dar
base para os estados e municípios construírem os seus currículos escolares”.
Próximos passos
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), com a final da consulta pública, os dados e relatórios feitos a partir das contribuições, bem como os pareceres dos leitores críticos convidados pelo MEC, serão enviados aos 116 especialistas para que eles escrevem uma segunda versão do texto. Essa versão será debatida em encontros regionais em todos os estados da União e no Distrito Federal, permitindo que todas as secretarias da Educação municipais e estaduais façam suas críticas.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), com a final da consulta pública, os dados e relatórios feitos a partir das contribuições, bem como os pareceres dos leitores críticos convidados pelo MEC, serão enviados aos 116 especialistas para que eles escrevem uma segunda versão do texto. Essa versão será debatida em encontros regionais em todos os estados da União e no Distrito Federal, permitindo que todas as secretarias da Educação municipais e estaduais façam suas críticas.
Após
esse processo, haverá uma terceira atualização do documento – levando em conta
o que foi acrescentado pelas reuniões estaduais. Essa versão será encaminhada,
em junho, para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Conforme informações do
MEC, nessa etapa será analisado se o texto está de acordo com a Lei de
Diretrizes Básicas, com a Constituição e se a base irá contribuir para a
melhoria da Educação brasileira. A tramitação no CNE não tem prazo determinado.
É possível que o conselho realiza novas audiências com especialistas, para
chegar a uma análise definitiva.
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